O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, garantiu que fica no cargo até o final do seu mandato, que tem prazo até o fim de 2024, em entrevista à Globonews. Com a indicação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, à Diretoria de Política Monetária, surgiram rumores de que seria uma “oferta casada” para a presidência do BC e, assim, temores no mercado financeiro de que Campos Neto deixasse a cadeira antes do fim do seu mandato.
“Eu tenho mandato até 2024, não vou abreviar. O que eu sempre disse é que não estava disposto a recondução. Já fiz bastante coisa, tem que passar o bastão para o próximo”, disse o presidente do BC, reforçando que sempre foi contra a recondução, desde a discussão da lei de autonomia.
Sobre uma possível transição com Galípolo, o presidente disse que não era possível antecipar o processo, já que quem decide o próximo mandatário é o governo. “Não sei, acho que ele vai chegar, tem o trabalho da diretoria de Política Monetária a ser feito. A gente vai discutir ao longo do tempo.
Quem decide o novo presidente é o governo, pode decidir por alguém que está na casa ou não.”
Campos Neto lembrou que a cadeira de Política Monetária exige um trabalho de mesa de operação e que Galípolo vai ter de aprender a parte técnica do dia a dia. “Vai ser um processo de aprendizado para ele, foi para mim quando cheguei”, disse, acrescentando que será enriquecedora a interação do atual número 2 da Fazenda com os outros diretores.
O presidente do BC ainda elogiou novamente as indicações de Galípolo e de Ailton Aquino, técnico da autarquia, para a Diretoria de Fiscalização. “Converso bastante com Galípolo desde o início do governo. Ailton é super querido dentro do BC. As indicações do governo fazem parte da regra do jogo da autonomia, foram boas.”