Qual o número correto: Foram 500 mil ou 200 mil óbitos na pandemia? Já são 16,3 milhões recuperados.

Vamos retornar ao tema. Se a CPI do Senado destinada a apurar a gestão do enfrentamento à Covid-19 fosse uma comissão séria – o que definitivamente não é, – estaria neste momento, requisitando os mais respeitados auditores, legistas, e representantes dos cartórios de registro civil, para apurar a possibilidade de ter ocorrido supernotificação de óbitos por governadores e prefeitos, com o intuito de abocanharem mais recursos do Governo Federal, ou para atestar mediante pareceres isentos, que esta especulação totalmente é falsa. Ao invés de averiguar este fato, que pode levar ao número real de 200 mil mortos, ao invés dos 500 mil decorrentes da pandemia, o sistema político e institucional como um todo, somando a pressão do próprio Tribunal de Contas da União, Congresso, governadores e prefeitos, preferiu massacrar o auditor que produziu o estudo, ao invés de verificar se o seu trabalho tem procedência em dados confiáveis.

Ninguém quer checar os estudos da supernotificação?

Em síntese: o que se apurou é que, com base em anos anteriores, o crescimento do número de óbitos em 2020 demonstra que 41% teriam ocorrido em razão da covid-19 e os demais por outras causas. Projetado para o total de 500 mil óbitos que foi comemorado no final de semana pela oposição e pela imprensa funerária, teríamos na verdade, 200 mil óbitos decorrentes da covid-19 no país. Mas isso significaria uma perda bilionária nos repasses do Governo Federal para Estados e municípios. É um abelheiro que ninguém quer mexer. Dane-se a causa mortis. Há um interesse financeiro mais relevante neste caso.

Mais óbitos, mais dinheiro da União

A grande dúvida surge ao se verificar que o decreto que definiu a distribuição de recursos para o enfrentamento à pandemia por estados e municípios, utiliza a incidência de covid-19 como critério para transferência de recursos com
base em dados declarados pelas Secretarias Estaduais de Saúde. A tentação é grande, para incentivar a supernotificação do número de casos da doença, aumentando com isso, o repasse de recursos. Os números indicam que 44,9% dos recursos federais transferidos para combate à pandemia distribuídos a estados e municípios, tiveram como base a taxa de incidência de Covid-19.

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