O novo Brasil já começou: STF coloca em liberdade Sergio Cabral, condenado a 436 anos por corrupção

Mais um sinal do novo Brasil:

Sérgio Cabral deve ser solto nesta segunda-feira (19), diz defesa

O STF deu um presente de Natal aos brasileiros:  determinou ontem a libertação do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, condenado em 24 ações penais, sendo 23 decorrentes de desdobramentos da Operação Lava-Jato e outra relacionada ao uso de helicópteros do Rio para viagens pessoais.

No total, as penas impostas ao ex-governador chegam a 436 anos e nove meses de prisão.

O voto desempate na segunda turma do STF foi dado pelo ministro Gilmar Mendes por volta de 22 horas.

Segundo o ministro, havia “falta de fundamentação para manutenção da medida de prisão preventiva” do ex-governador.

Histórico dos crimes de Cabral

Sérgio Cabral foi preso preventivamente no âmbito da “lava jato” em 17 de novembro de 2016, por ordem de Sergio Moro, então juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. Posteriormente, ele foi alvo de mandados de prisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, e da Justiça fluminense.

Na transferência do ex-governador do Rio para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, no Paraná, em 2018, o político teve os pés e mãos algemados, usando ainda um cinto que prendia seus pulsos, para que sequer levantasse os braços.

Advogados e professores consultados pela ConJur consideraram abusiva a atitude da polícia, uma vez que não há registro de episódios de violência por parte do ex-governador. Muitos lembraram da Súmula Vinculante 11 do Supremo Tribunal Federal. Ela determina que “só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito”.

Os policiais federais responsáveis pela ação alegaram que Cabral teve suas mãos e pés algemados ao ser transferido para uma prisão de Curitiba porque, se ficasse solto, poderia entrar em confronto com uma “multidão ensandecida”, colocando em risco sua integridade física. Mas as fotos da cena analisadas pelo juiz Ali Mazloum, então auxiliar do Supremo Tribunal Federal, do gabinete do ministro Gilmar Mendes, mostram pouquíssimas pessoas no local.

Posteriormente, a 2ª Turma do Supremo determinou que Cabral retornasse ao Rio. Os ministros também proibiram o uso de algemas no deslocamento. Além disso, o ministro Gilmar Mendes mandou ainda abrir uma investigação para apurar abuso de autoridade no triplo agrilhoamento do político.

O ex-governador já foi condenado em 24 ações penais, sendo 23 decorrentes de desdobramentos da finada “lava jato” e outra relacionada ao uso de helicópteros do Rio para viagens pessoais. No total, as penas impostas a Sérgio Cabral chegam a 436 anos e nove meses de prisão.

Leave a Reply