Em Canoas, Hospital Universitário realiza cirurgia cardíaca inédita no município

O Hospital Universitário de Canoas (HU) realizou, nesta terça-feira (15), a primeira cirurgia Transcateter de Válvula Aórtica (TAVI) feita no município. Com este procedimento, a equipe de cirurgiões, composta pelos médicos Gabriel Zago, Alcides José Zago e Eduardo Keller Saadi, abre caminho para que a cirurgia, menos invasiva e com rápida recuperação do paciente, possa ser realizada de maneira permanente na cidade.

O procedimento foi feito em um senhor de 73 anos, durou cerca de 1h30 e transcorreu bem. O paciente deve ter alta em 48 horas. O homem, que tinha uma estenose grave, que é uma obstrução na válvula aórtica, está em tratamento de um câncer e, para realização da cirurgia convencional, o tratamento, que está tendo resultados positivos, precisaria ser interrompido.

O TAVI é um procedimento que pode ser feito sem anestesia geral, apenas com sedação, além de ser mais rápido, ter menor risco de infecção e redução no tempo de internação hospitalar. Para a introdução do cateter, utiliza-se uma artéria, geralmente a femoral, para chegar ao coração e fazer a substituição da válvula.

Zago destaca que a cirurgia convencional para troca de válvula aórtica é realizada abrindo o tórax e colocando uma válvula biológica ou mecânica em substituição a que está com problemas. O procedimento, além de ser muito invasivo, aumenta o risco de infecções, é mais demorado, precisa de anestesia geral e intubação do paciente, além de resultar em, no mínimo, sete dias de internação.

Observa que, inicialmente, o TAVI foi desenvolvido para ser utilizado em pacientes que eram inoperáveis, que não tinham condições clínicas de passar por uma cirurgia de porte convencional. “Ao longo dos últimos anos, as tecnologias estão evoluindo e com elas os procedimentos cardíacos que, cada vez mais, utilizam a cirurgia por cateter para substituição da válvula.” Um método menos invasivo e mais seguro.

“Antes o que era aconselhado apenas para pacientes não operáveis hoje já é indicado para casos moderados e até leves. É possível que, com a evolução dos estudos e tecnologias, esse procedimento substitua a cirurgia convencional”, afirma Zago.

O procedimento não é oferecido pelo SUS e será realizado através de um convênio. “Além de melhorar a qualidade de vida do paciente, nosso objetivo é mostrarmos que temos excelente capacidade técnica e estrutural para realizarmos com sucesso este tipo de procedimento. E, caso o SUS ofereça este tratamento, solicitaremos a habilitação para realizar o TAVI gratuitamente para população”, destaca o diretor-geral do Hospital Universitário, Leandro Barcelos.

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