Concessionárias são impedidas de prestar serviço em áreas dominadas por criminosos no Rio

Segundo a Light e a Enel, bandidos chegam ao ponto de “sequestrarem” profissionais para que eles executem consertos não programados, muitas vezes em ligações clandestinas

Direitos violados pelo crime — Foto: Editoria de Arte

Depois de quatro anos trabalhando numa empresa terceirizada que presta serviço para uma concessionária de TV e internet, o eletricista João (nome fictício) pediu demissão há cerca de 40 dias. A gota d’água foi uma situação vivida por colegas que executavam um trabalho na rede da operadora na Avenida Pastor Martin Luther King Jr., na Pavuna. Obrigada por bandidos a ir a uma favela próxima, a equipe foi ameaçada e teve seu material roubado, sendo liberada após receber a ordem de não voltar.

— Nunca me pegaram, porque não questionava; ia embora. Mas passei muito susto. Às vezes, estava fazendo um reparo, paravam dois caras de moto, me abordavam no meio da rua, diziam que se eu não saísse me levariam para dentro da favela, que iriam matar, que a gente não está autorizado a trabalhar ali, que a área é deles, que vendem “gatonet” — conta João. — O que mais me aterrorizou é que levaram colegas da minha empresa. Eu falei: Não vou mais; não vou ficar correndo esse risco.

A ação de criminosos, inclusive no entorno de favelas, impacta a prestação de serviços públicos, amedronta técnicos e deixa consumidores sem atendimento. Segundo a Light e a Enel, bandidos chegam ao ponto de “sequestrarem” profissionais para que eles executem consertos não programados, muitas vezes em ligações clandestinas, atrasando as visitas agendadas.

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