Postados na frente dos quartéis, e marcando posição de protesto contra o processo eleitoral, aliados de Jair Bolsonaro começam a ficar incomodados com a falta de uma posição oficial do presidente da República. Este silêncio de Jair Bolsonaro, adiando o anúncio aos aliados, de que definitivamente não conseguiu apoios institucionais importantes para assinar um ato baseado no Artigo 142 para anular as eleições, e convocar as Forças Armadas como poder moderador para mediar a crise entre os poderes e impedir a posse de Lula na presidência da Republica, poderá diluir o seu papel de líder da oposição conquistado ao obter quase metade dos votos válidos dos brasileiros.

Sem perspectiva de um fato novo, Bolsonaro já confirmou a interlocutores próximos que não passará a faixa presidencial para Lula, e que deverá viajar esta semana para os Estados Unidos. Ele viajará para os EUA na quinta-feira, e deve passar a virada de ano no resort Mar-a-Lago, em Palm Beach, no estado da Flórida, onde permanecerá até o final de janeiro mantendo contatos com líderes internacionais. O condomínio Mar-a-Lago tem como dono o ex-presidente Donald Trump.

Jair Bolsonaro com o general Villas Bôas

O presidente Jair Bolsonaro se encontrou terça-feira (20) com o general da reserva Eduardo Villas Bôas, seu conselheiro, e ex-comandante do Exército entre 2015 e 2019 e considerado hoje a maior liderança viva da força. A reunião de Bolsoanro com Villas Bôas foi na casa do ex-comandante, em Brasília, e contou com a presença do general Braga Netto, que concorreu à vice-presidência.