A partir de março, governo Lula vai suspender divulgação de mortes por covid

O Ministério da Saúde confirmou que a divulgação diária dos dados da covid-19 será suspensa. Em nota, a pasta informa que os números da doença passarão a ser atualizados só semanalmente. A mudança será a partir de 3 de março. O último relatório publicado pelo Wolrd Data com base em dados oficiais, aponta para 698.928 mortes noticiadas até o ultimo sábado como decorrentes de covid-19 no Brasil, desde o início da pandemia. O mesmo relatório apresenta 485 milhões de doses aplicadas, e 173 milhões de pessoas completamente imunizadas, o que corresponde a 83,2% da população-alvo.

Recuperando os fatos

No momento em que o Ministério de Saúde anuncia que deixará de informar os dados diários de mortes por covid, o número de cerca de 700 mil mortes no Brasil lançados no sistema oficial, traz à lembrança o polêmico estudo de 125 páginas, elaborado em 2021 pelo auditor do Tribunal de Contas da União Alexandre Figueiredo indicando fortes indícios de uma suposta supernotificação do número de mortes por covid-19 no Brasil. Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques foi formalmente desautorizado por aquele órgão. Ele é auditor concursado, trabalha desde 2008 no TCU e foi convocado para prestar depoimento à famosa CPI do Circo no Senado, que empilhou fake news e narrativas falsas tentando incriminar o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu governo em supostos equívocos na condução do combate à pandemia. O dado importante é que Alexandre Figueiredo no seu trabalho baseado em dados colhidos junto aos cartórios de registro civil de todo o país, estimou em 41% o número real de óbitos ocorridos no país em 2020 em decorrência do Covid, que teria sido 80 mil naquele ano, ao invés dos 194 mil lançados por governadores e prefeitos. O documento diz que só quatro em cada dez mortes registradas como causadas por complicações de covid em 2020 foram efetivamente resultado da doença. O número exagerado de óbitos por Covid seria decorrente de “um expediente de governadores para obterem mais recursos do Executivo Federal”, aponta o relatório. A legislação criada para apoiar governos e prefeituras, utilizava como um dos critérios para definir a liberação de recursos, o volume de óbitos decorrentes de Covid.

Mortes por covid até hoje seriam 280 mil, se relatório estiver correto

O auditor, que foi execrado e ameaçado de demissão após explicar o método utilizado, demonstrou que em muitos casos estudados, alguém infectado por Covid vítima de atropelamento, tinha o registro de óbito lançado como decorrente do coronavírus. Vítima de assalto infectada por Covid que veio a óbito, tinha o caso lançado como mais um número na estatística do Coronavírus, e assim por diante. No total, segundo aquela análise, apenas 41% dos óbitos lançados como decorrência de Covid teriam essa causa. O elevado número de óbitos seria decorrente de um fato superveniente como acidente, assalto, e outros fatores, embora as vítimas se tratassem de pessoas infectadas pelo vírus. Se fosse possível projetar esse percentual de exclusão de cerca de 60% dos casos, o total de mortes até agora no Brasil, estimado em 700 mil pessoas, cairia para 280 mil. Nem a CPI do Senado, nem o TCU permitiram que o estudo, imediatamente classificado como fake news, fosse objeto de análise e estudos.

Leave a Reply