O espetáculo dos horrores continua: Tesouro prevê aumento de R$ 880 bilhões na dívida pública em 2024

Um dia após anunciar o pior resultado fiscal das contas públicas desde 2020 — um rombo de R$ 230,5 bilhões –, o Tesouro Nacional apresentou, nesta terça-feira (30/1), o Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2024, que traça as metas para a gestão da Dívida Pública Federal (DPF) ao longo do ano. O órgão ligado ao Ministério da Fazenda prevê aumento de até R$ 880 bilhões no estoque de títulos públicos nos mercados interno e externo, em grande parte, para a rolagem dos papeis que vencem em 2024.

 

O documento determina que o estoque da DPF fique entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões até dezembro, salto de até 54,7% sobre volume de ampliação da dívida no ano passado. Em 2023, o estoque da DPF somou R$ 6,520 trilhões, aumento de R$ 568,6 bilhões em relação ao total contabilizado no ano anterior – ou alta de 9,5% em termos nominais na mesma base de comparação.

 

De acordo com dados do Tesouro, a necessidade de financiamento da União, neste ano, será de R$ 1,427 trilhão, devido ao vencimento de títulos estimado em R$ 1,462 trilhão.

 

De acordo com o órgão, a maior parte dos vencimentos refere-se à Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) em poder do mercado (de R$ 1,338 trilhão), com predominância dos títulos prefixados (42,2%). Os meses de janeiro, agosto e setembro se destacam com as maiores concentrações de maturação dessa dívida, conforme dados do PAF. Além disso, R$ 1,118 trilhão (82%) se referem ao principal, enquanto R$ 243,2 bilhões (18%), ao pagamento de juros. Os encargos do Banco Central ficaram em R$ 101,4 bilhões.

Leave a Reply