Sobre anúncio da “liberação de R$ 50 bilhões” pelo governo federal, Eduardo Leite esclarece: “Não é para o governo do Estado e não é dado”

O anúncio feito pelo governo federal de que estaria “liberando R$ 50 bilhões” para o Rio Grande do Sul criou uma pressão adicional das comunidades sobre o governo do Estado e as prefeituras, diante do equívoco de que estes recursos estariam ingressando nos cofres do Tesouro estadual e dos municípios e estariam disponíveis para o governador e os prefeitos. A maior parte destes recursos, explicou o governador Eduardo Leite em entrevista a José Luiz Datena na Band, trata-se de autorização para empréstimos a empresas e antecipação de recursos que já pertencem às pessoas. Eduardo Leite elogiou a disposição do governo federal em colaborar, mas esclareceu o que efetivamente vem sendo liberado:

“Importante mencionar que são gestos importantes do governo Lula, mas esses 50 bilhões não vêm para o governo do Estado. Este é um recursos anunciados que envolvem financiamento às empresas atingidas. Então, pelo menos 30 bilhões desses 50 bilhões são operações de crédito, são empréstimos que as empresas vão fazer para poder fazer a recuperação. Não é para o governo e não é dado neste caso. Tem ali antecipação do Bolsa Família, tem antecipação de pagamento de restituição do Imposto de Renda, dinheiro que já é, portanto, das pessoas, e que o governo está antecipando. Não estou aqui diminuindo a importância, mas só para calibrar as expectativas porque alguém pode ver isso e achar que é um dinheiro que está vindo na conta do governo para poder fazer reconstrução, e até agora isso não foi ajustado com o governo federal. O ministro Haddad está sendo atencioso, tenho conversado com ele, conversei agora há pouco com ele inclusive, e estamos ai num processo de articulação para encaminhar uma solução em que o Estado possa ter um espaço de tempo mais longo sem o pagamento da divida à União para que a gente consiga ter fôlego aqui para colocar o nosso orçamento onde ele precisa estar, que é na reconstrução do Estado. Então não faz sentido que, enquanto o Estado está precisando aqui fazer pagamentos de infraestrutura, de recursos humanos, de apoio as famílias, eu esteja sendo demandado pela União em muitos bilhões de reais para o pagamento de uma dívida monumental que o Estado construiu num passado distante”.

Pacote do governo do Estado reduz pressão dos servidores

Ao garantir através do Banrisul crédito especial para empresas gaúchas, e uma trégua de quatro meses na cobrança das  operações de crédito pessoal, imobiliário e consignados para os servidores que terão, ainda, antecipado o pagamento de metade do 13% salário até o dia 15 de junho, o governo do Estado reduziu a pressão de setores importantes, como a área da segurança pública. À coluna, os presidentes da Associação dos Delegados de Polícia, Guilherme Wondraceck, e da União e sindicato dos agentes, Isaac Ortiz, reconheceram o impacto positivo das medidas junto aos servidores da área da segurança pública.

 

Dinheiro na veia: voucher para flagelados

O governo do Estado projeta criar um voucher de R$ 2 mil para ser pago diretamente às pessoas atingidas pelas enchentes, dando liberdade aos cidadãos de adquirirem o que consideram mais urgente. Este pagamento utilizaria os recursos arrecadados na campanha de depósitos PIX criada pelo governo do Estado. Em Brasília, também o governo federal já avalia medida semelhante para ajudar as famílias afetadas pela tragédia climática no Rio Grande do Sul.

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