A rede de proteção à violência contra a mulher de Canoas, considerada referência no Estado, foi o tema do 14º Encontro do Comitê Intermunicipal de Fortalecimento da Rede e de Políticas para as Mulheres do RS, realizado nessa terça-feira (25), na sede da Secretaria Adjunta de Mulheres. A reunião ocorre uma vez por mês em um dos municípios integrantes do comitê, com o objetivo de apresentar os serviços especializados e a rede de enfrentamento. A data escolhida para o encontro em Canoas marcou o Dia Laranja pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas, estabelecido pela ONU Mulheres e comemorado todos os dias 25 de cada mês.

Estiveram presentes representantes de 11 municípios: Esteio, Sapiranga, Nova Santa Rita, Araricá, Eldorado do Sul, Sapucaia do Sul, Dois Irmãos, Alvorada, Torres, São Leopoldo e Gravataí.

Como anfitriã do encontro, a secretária Rosa Marcella ressaltou a ação integrada entre a Secretaria, o Centro de Referência para Mulheres em Situação de Violência – que fechou 6,1 mil atendimentos em 10 anos de funcionamento -, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher e a Patrulha Maria da Penha da Brigada Militar. O Município se diferencia por manter um canal próprio para denúncias que funciona 24 horas e um abrigo em que as mulheres ameaçadas podem levar os filhos, com permanência de até seis meses. Pioneira no Estado, Canoas desde 2021 possui adesão ao movimento HeForShe (ElePorEla), programa da ONU Mulheres que busca envolver homens e meninos na defesa da igualdade de gênero.

Parcerias

A Secretaria de Mulheres mostrou que vem ampliando as ações conjuntas com instituições parceiras, consideradas como portas de entrada à rede de proteção para as mulheres vítimas de violência: secretarias municipais de Educação, Saúde e Segurança Pública, Subprefeituras, Secretaria Adjunta de Igualdade Racial e Imigrantes, Gabinete da Primeira-Dama, a Liga de Combate ao Câncer e o Coletivo Feminino Plural, entre outras.

A secretária Rosa Marcella destacou o avanço na mobilização para demais espaços onde as mulheres são assediadas e atacadas, como o transporte coletivo, empresas, fábricas e escritórios. “A secretaria está avançando para ampliar a conscientização, indo além da violência doméstica e trabalhando também o assédio sexual e moral. Por isso, estamos intensificando a divulgação não só da Lei Maria da Penha, como também da medida judicial cautelar, cabível nos casos de assédio.”

Assédio moral e sexual

A secretária vem acompanhando denúncias de assédio moral e sexual por meio de sindicatos na cidade e, na última sexta-feira (21), falou sobre o tema para um público de 40 funcionários da metalúrgica Forjasul, sendo 35 homens. Durante a atividade, realizada em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, foi possível perceber o interesse que o assunto desperta. “Preocupados com as mulheres de suas famílias, eles mostraram suas dúvidas, fizeram perguntas e pediram mais informações sobre a legislação e os direitos das mulheres”, afirmou.