Vacilo do deputado Ruy Irigaray pode custar a cassação do mandato.

Leia a coluna de Flavio Pereira no jornal O SUL (Porto Alegre):                     

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Fez muito bem o deputado estadual Ruy Irigaray (PSL) em apresentar algumas explicações, imediatamente, após as graves denúncias que envolvem o seu mandato no Legislativo gaúcho. O Ministério Público já iniciou uma investigação dos fatos.

Essas acusações chegam como um prato cheio para a esquerda: afinal, o parlamentar gaúcho pautou sua campanha pelo combate à corrupção, tem uma atuação muito forte na direita e se aliou nacionalmente às imagens do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do próprio presidente Jair Bolsonaro.

Embora, por óbvio, tanto o presidente quanto o seu filho nada tenham a ver com esta situação, no mínimo constrangedora.

Porém, é evidente que os fatos apresentados são gravíssimos, na direção da improbidade administrativa. E exigirão do deputado um contraponto ainda mais robusto, o que certamente ele fará. Ninguém pode ser condenado por antecipação.

Vídeos, prints de mensagens e áudios devastadores vinculam a contratação de servidores do gabinete a atividades tipicamente domésticas.

A alegação do deputado, de pagamento “por fora” para que realizassem atividades-extras ou mesmo empreitadas “fora do horário de trabalho”, apenas confirma o que as denúncias mostram: realização de trabalhos particulares pelas mesmas pessoas contratadas para o exercício de assessoramento parlamentar.

Neste caso, vale a máxima de Júlio César: “A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”.

Duas cassações anteriores

O Parlamento gaúcho viveu na legislatura passada o trauma de duas cassações de mandatos. Nos dois casos, o plenário aprovou , por unanimidade a punição.

Em 2015, cassou o mandato do deputado estadual Diógenes Bassegio (PDT). Seu afastamento se deu após uma investigação apurar que ele era suspeito de exigir parte dos salários de servidores, contratar funcionários-fantasma e fraudar gastos com diárias e combustíveis.

No ano seguinte, o segundo caso: o ex-jogador gremista Mario Jardel (PSD). Ele foi acusado de manter funcionários-fantasma em seu gabinete, exigir parte do salário dos assessores e desviar dinheiro da Assembleia Legislativa, mediante apresentação de notas fiscais frias para comprovar gastos de assessores que nem chegaram a viajar.

Campanha da Fraternidade

Dom Adair José, bispo católico da diocese de Formosa, em Goiás, criticou a iniciativa da Campanha da Fraternidade de 2021, por apresentar como temática questões relacionadas à agenda LGBT. O líder religioso afirmou que as pautas “nada tem a ver” com a fé cristã. Durante a homilia, ele disse:

“Não fiquemos escutando coisas que não tem nada a ver com a nossa fé. Toda essa confusão com campanha da fraternidade… esquece isso! Isso não tem a menor importância para nós. Ele basta. É Cristo. Aqueles que querem velejar contra a doutrina da Igreja não terão as suas empreitadas bem-sucedidas. Quem está fora do rumo, quem não segue a Sagrada Escritura, a tradição e o magistério ordinário da Igreja, bate com a cabeça no muro”.

Jair Soares: um adendo

O ex-governador Jair Soares, traz dois adendos à conversa com o colunista, publicada ontem. Em relação à sua posição favorável ao retorno dos servidores públicos ao trabalho presencial, ele faz a ressalva de que “naturalmente, devem ser preservados aqueles integrantes dos grupos de risco”. Ele acrescenta:

“E para contribuir quanto à questão da idade em que os oficiais vão para a reserva remunerada, já foi corrigida a distorção em 1997, com a modificação do pré-requisito de ingresso exigindo o título de bacharel em Direito, o que faz com que o jovem oficial venha a se formar na academia, em média, com 26 anos de idade… 35 anos depois, estamos falando em média de 61-62 anos de idade”.

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