Presidente da CEEE Equatorial admite que empresa errou na forma de se comunicar com os consumidores

O diretor-presidente da CEEE Equatorial, Riberto Barbanera, admitiu ontem que a empresa falhou na forma de se comunicar com a sociedade. Ele apresentou na reunião ordinária da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte e Participação Legislativa Popular ontem, o plano de contingência da empresa, privatizada em 2021. Segundo Barbanera, “não dávamos visibilidade para o que fazíamos e isso dava a falsa percepção de que talvez não estejamos trabalhando muito bem. Melhoramos, mas temos ainda muito o que fazer, e vamos continuar fazendo”. Barbanera disse ainda que “mesmo que tivéssemos todo o dinheiro do mundo, e temos saúde financeira para isso, não seria possível realizar imediatamente todas as obras de melhorias necessárias, estimadas em mais de 500 mil postes”, referindo-se ao acervo de problemas herdados da antiga CEEE.

Rossetto critica demora para vinda do presidente da CEEE Equatorial

Durante a reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, o deputado Miguel Rossetto (PT), que propôs a instalação de uma CPI para investigar o cumprimento pela CEEE Equatorial das cláusulas do contrato de aquisição da antiga CEEE, criticou o fato de que “após quinze convites, é a primeira vez que o presidente da CEEE Equatorial comparece ao Legislativo”. Rossetto considerou o fato muito grave na relação da concessionária, com o Legislativo e afirmou que “sua apresentação só nos estimula a manter o pedido de uma CPI. As informações trazidas precisam ser comparadas, analisadas e investigadas. Já passamos da fase de informações, e precisamos entrar na fase da investigação”.

Acordo poderá cobrir prejuízos de consumidores

O presidente da comissão, deputado Thiago Duarte (União), e o deputado Elton Weber (PSB) levantaram a possibilidade de ser feito um ajuste que simplifique o ressarcimento por danos elétricos e não elétricos ocorridos no temporal do dia 16 de janeiro. A proposta prevê uma flexibilização das exigências para que os consumidores recebam valores para cobrir os prejuízos gerados pela falta de luz. A ideia, segundo o deputado Thiago Duarte, é criar uma política permanente, que poderá ser fixada por um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta, conduzido pelo Ministério Público), ou por iniciativa legislativa.

CEEE Equatorial diz que está pagando os R$ 4,8 bilhões da privatização

O deputado Gustavo Victorino (Republicanos) classificou como “dramático” o cenário gaúcho a partir dos serviços prestados pela CEEE Equatorial e questionou o presidente da concessionária, Riberto Barbanera, após a apresentação do plano de contingência da empresa. Em resposta a três questões propostas por Victorino, o presidente da CEEE Equatorial respondeu que a empresa deu início as operações em julho de 2021 e que da dívida de 4,8 bilhões com o erário público foi paga uma parte e o acordo vem sendo cumprido rigorosamente. Explicou ainda que a cadeia de liderança é um misto de pessoas que eram da antiga CEEE e outras que vieram com a nova empresa, no modelo de gestão composto por competência.

Proselitismo politico, denunciam deputados

O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, deputado Thiago Duarte (União), fez uma dura crítica a diversas iniciativas paralelas tomadas por deputados que, segundo ele, esvaziam o trabalho das comissões permanentes. Para o deputado, “seria o caso de propor ao presidente (Adolfo) Brito a extinção desta comissão”, numa referência a iniciativas de comissões e frentes que tratam de temas já previstos no regimento interno da Comissão de Defesa do Consumidor, e de outras comissões permanentes. Gustavo Victorino lamentou a ausência, na reunião, da maioria dos parlamentares que solicitou a presença do presidente da CEEE Equatorial para esclarecimentos: “Fica aqui a minha crítica ao proselitismo político, neste momento em que nós gaúchos vivemos um drama a partir dos serviços prestados pela CEEE Equatorial”.

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