Deputada Sílvia Waiãpi humilha a ministra Marina Silva na CPI das ONGs: “Diga a verdade à Europa e ao mundo”

 

A deputada federal Sílvia Waiãpi, oficial (R2) do Exército Brasileiro, nasceu na tribo waiãpi, no interior do Amapá. Filha do cacique Seremeté, importante liderança indígena em Pedra Branca do Amapá, fez uma dura manifestação em defesa da política nacional de integração, na Câmara dos Deputados, durante audiência na qual condenou a politica ambiental defendida pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva em favor de interesses internacionais:

Silvia Waiapi, a deputada índigena, mandou o recado: “Ou se unem pela ...

 

“Avise à Europa e todos os países no mundo, que eu faço cocô na água porque eu não tenho saneamento. Sabe porque eu não tenho saneamento? Porque nos foi imputado que nos temos que manter a nossa cultura, enquanto a senhora vai ao banheiro. Eu tive a oportunidade de ir ao banheiro aqui. E a melhor coisa é ter dignidade para fazer suas necessidades. E sabe porque lá na minha terra, nos povos Wahbembi nos fazemos coco na natureza? Como eu já disse, nós somos obrigados a manter a nossa cultura. Nós fazemos cocô na água. E eu espero que a senhora conte isso para eles: a verdade. E sabe por que nós não podemos fazer no chão, ou cavar um buraquinho para enterrar as nossas fezes? Porque senão, a onça sente o nosso cheiro e vem nos comer. Mas sabe por que ela vem nos comer? Porque nos temos que viver em 1.500. Nós não podemos ter sequer uma arma para nos defender. Nós somos obrigados a viver com arco e flecha. Todas as atividades de proteção ao meio ambiente foram desenvolvidas por organizações governamentais que recebendo dinheiro internacional, publicaram as suas pesquisas impondo a fragmentação deste país, e impondo a após a responsabilidade de salvar o mundo, perdendo a nossa própria dignidade. Os povos do norte, da Amazônia brasileira não devem mais continuar a pagar essa conta, em nome de interesses internacionais. E que esta CPI das ONGs seja eternizada para que o povo brasileiro saiba o que realmente acontece na Amazônia brasileira, que vocês fingem defender, porque não defendem. Porque nós estamos morrendo sem dignidade. E quando se fala em estupro, não podemos falar apenas do estupro Yanomami. Temos de falar das meninas que são doadas pelas próprias mães, porque elas não tem o que comer, em nome do desenvolvimento e da manutenção do clima para outros países”.

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