Luis Roberto Ponte, o cearense que se tornou gaúcho de coração, ex-ministro da Casa Civil, líder do governo em Brasília, deputado federal constituinte e líder empresarial, que comandou a Câmara Brasileira da Industria da Construção Civil, reuniu diversificado grupo de amigos no último sábado na Associação Leopoldina Juvenil para assinalar os 90 anos de idade e as Bodas de Diamante: 60 anos do casamento com a esposa Déa, encontro organizado pelos filhos Paulo e Rita. A confraternização reuniu ex-governadores, ministros, congressistas, lideres empresariais, e amigos de diversas áreas que conviveram e convivem com Ponte. Os ex-governadores Pedro Simon e Germano Rigotto fizeram a saudação a Ponte e sua família, em nome de todos os presentes. O colunista foi convidado pessoalmente por Luis Roberto Ponte para esse encontro de confraternização, e anotou algumas reflexões feitas por esse admirável amigo de muitas décadas.
Ponte: “estou convicto de que o homem é vocacionado para o bem”
Luis Roberto Ponte trouxe algumas reflexões, dizendo que “a despeito das guerras, da violência insana, do desprezo pela vida, da prática da injustiça e da vergonha da miséria, estou convicto de que o homem é vocacionado para o bem, e dele só se afasta por causa do egoísmo, nas suas diversas roupagens, quando não consegue vencê-lo com sua força de vontade. Isso é tão verdadeiro, que não há quem não enalteça a prática do bem e não se comova com os que morrem por uma causa justa ou arriscam a vida em defesa do bem. Quem ainda tem dúvida, veja a solidariedade contagiante espalhada mundo afora no infortúnio da enchente de maio no Rio Grande do Sul.”
“O comunismo foi a gênese da maior tragédia da humanidade”
Em outra reflexão, Luis Roberto Ponte comentou que “exterminar o mal é, de fato uma utopia inatingível, mas com a conjugação do bom exemplo das cúpulas dirigentes, da punição dos que praticam o mal e de intenso programa de ensino, divulgação e conscientização da sociedade sobre os deveres corretos de todos, as transgressões passarão a ser exceções e o Brasil tornar-se-á um País civilizado. Contraditoriamente a essa tese, uma aparente busca de justiça e solidariedade foi a gênese da maior tragédia da humanidade, o comunismo e suas variantes, que se tornaram ditaduras opressoras em todos os países onde se implantaram, ceifando milhões de vidas e mantendo na miséria boa parte da população. No seu início, encantou milhões, e ainda hoje encanta, motivados por seu mantra sedutor, que resume seu aparentemente nobre objetivo final: A cada um de acordo com sua necessidade, de cada um de acordo com sua capacidade.”
Nesse sentido, recomendou a todos “buscar respeitosamente demonstrar às pessoas de bem que, sem se darem conta, podem estar defendendo sistema político que não combate radicalmente a corrupção, que deseja implantar uma ditadura, que defende o agigantamento do Estado esbanjador e sufocador da liberdade e que busca eliminar os empreendedores que promovem o desenvolvimento e são a única forma de banir a pobreza absoluta.”
“Todos sabem que não somos mais uma democracia plena”
Na terceira reflexão que compartilhou com seus amigos, Ponte comentou que “todos sabem que não somos mais uma democracia plena, mas sim uma ditadura do Poder Judiciário implantada pela conjunção de duas frases respeitadas pela opinião pública: decisão da justiça não se discute, se cumpre, e o poder judiciário é o poder moderador, detendo a palavra final sobre tudo o que achar correto.” Como exemplo, comentou:
“Imaginem uma lei aprovada pela totalidade dos 513 deputados e dos 81 senadores e sancionada pelo presidente da Republica. Se o STF achar esta lei inconstitucional, mesmo que por seis votos a cinco, esse único voto de diferença extingue essa lei. Um só homem, sem representação de ninguém, escolhido por razões políticas, impõe sua vontade sobre o juízo de seis outros dos seus pares e o desejo da totalidade dos representantes do povo e do chefe da Nação escolhido pela maioria dos fotos populares. Isso não é uma piada, é o que realmente ocorreria.”
Por estas razões, sugeriu aos diversos parlamentares presentes, que “apoiem a aprovação da PEC que está em apreciação, estabelecendo que decisão do STF sobre tema de lei, pode ser derrubada pelo Congresso mediante aprovação de quórum qualificado de mais de 2/3 dos parlamentares.”
Auditagem do processo eleitoral
Luís Roberto Ponte, ao final, comentou que “já foram aprovadas três leis estabelecendo que as ações para apuração dos votos, um mero ato administrativo, deveriam ser realizadas conforme manda o Art. 37 da Constituição, mediante um sistema que respeite o princípio da publicidade, permitindo auditar esta apuração. Por razões inexplicáveis, elas não foram cumpridas pelo STF. Há novamente um projeto de lei estabelecendo o cumprimento desse dispositivo constitucional. Tal legislação teria o relevantíssimo efeito de evitar as pertinentes contestações dos resultados das futuras eleições.”
Santo Agostinho: Se homem soubesse a vantagem de ser bom, seria homem de bem por egoísmo
Por fim, Luis Roberto Ponte expressou o desejo de que “as forças do céu nos ajudem a escolher dirigentes para o País e o Rio Grande do Sul” e encerrou mencionando a máxima de Santo Agostinho:
“Se homem soubesse a vantagem de ser bom, seria homem de bem por egoísmo.”