Ex-aliado do PSOL, Alcolumbre agora chantageia o governo,e segura indicação do novo ministro do STF.

Senador do baixo clero (com perdão ao baixo clero por inclui-lo aí ) ,o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre, que ão estudou e diz ser “empresário”, que  só chegou a presidente graças ao apoio de Jair Bolsonaro, agora faz uma chantagem suja,e segura a sabatina do nome indicado para o STF. Alcolumbre quer “negociar”…

No decorrer de uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre, presidente da comissão, foi indagado acerca dos motivos que o fazem se recusar a marcar a sabatina do indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O Senador Álvaro Dias questionou se Alcolumbre pretendia marcar uma data e apontou: “Parece-me que há um dever a ser cumprido pelo Senado Federal, especialmente pela Comissão de Constituição e Justiça, e nós não podemos ser responsabilizados por um eventual impasse que venha a ocorrer no Supremo, com um empate de cinco a cinco, em determinadas circunstâncias. Presidente, acho que isso é do nosso dever. Independentemente da posição de cada um, favorável ou contrária à indicação, eu acho que a sabatina é do nosso dever”.

QUEM É ALCOLUMRE

 

 

Senador já foi do grupo de Sarney e depois se aliou ao PSol

Filiado a um partido de direita, o DEM, Davi Alcolumbre já fez parte do grupo político do ex-presidente e ex-senador José Sarney (MDB) – que, além do Maranhão, tem forte influência no Amapá. Depois, virou adversário do antigo aliado e fechou aliança com o PSol, partido de esquerda.

 

Em 2009, quando já era deputado federal, Alcolumbre licenciou-se do cargo para assumir a Secretaria de Obras e Serviços Públicos da prefeitura de Macapá, capital do Amapá, na gestão de Roberto Góis (PDT). Em 2012, Góis foi candidato à reeleição com o apoio do grupo de Sarney. Alcolumbre também foi candidato, mas ficou em quarto lugar.

No segundo turno, apoiou o candidato do PSol, Clécio Luís, numa aliança costurada pelo senador Randolfe Rodrigues, que à época estava nesse mesmo partido. A justificativa era de que seria necessário se unir pela “moralidade” e para tirar o grupo de Sarney do poder.

Clécio venceu a disputa. A aliança entre Alcolumbre e o PSol no Amapá se consolidou – sob fortes críticas de filiados do partido em todo o país. Em 2014, Alcolumbre concorreu ao Senado contra Gilvam Borges (PMDB, hoje MDB), candidato do então senador Sarney – que desistiu de concorrer à reeleição. Alcolumbre novamente foi apoiado pelo PSol de Randolfe. E venceu a eleição.

 

Randolfe e Clécio migraram posteriormente para a Rede, partido de centro-esquerda fundado pela ex-senadora Marina Silva. Mas, mesmo assim, a aliança entre eles e Alcolumbre se manteve. Tanto que, na eleição a presidente do Senado, Randolfe foi um dos principais defensores da candidatura do senador do DEM.

A festa da vitória de Davi Alcolumbre, após ser eleito presidente do Senado, revelou duas características pessoais dele. O senador não bebe álcool. E ele é “muito chato”, segundo o relato de um senador que já havia bebido algumas taças de vinho. Mas, de acordo com outros colegas de Senado, o novo presidente da Casa só é tímido; não chato.

Alcolumbre diz ser empresário do ramo do comércio. E não tem diploma universitário – ele começou, mas não terminou o curso de Ciências Econômicas.

Em 2017, Alcolumbre votou contra a cassação do então senador Aécio Neves (PSDB-MG) no Conselho de Ética do Senado por ter pedido R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, dono da JBS. Depois, o senador do DEM votou a favor da manutenção do mandato de Aécio, derrubando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que mandou afastar o mineiro do cargo.

A trajetória de Alcolumbre na Câmara também é marcada por polêmicas. Em 2005, assinou e depois retirou a assinatura da CPI dos Correios – que viria a desvendar o mensalão, esquema de compra de votos do governo Lula no Congresso. Também fez o mesmo com a CPI que iria investigar o contrato do Corinthians com a empresa MSI.

Em 2015, quando já era senador, Alcolumbre continuou morando num apartamento funcional da Câmara dos Deputados mesmo estourando o prazo de devolução das chaves. À época, afirmou que o Senado não tinha imóvel disponível e continuou no apartamento que usava quando era deputado.

Alcolumbre tampouco passou ileso por acusações ou suspeitas de irregularidades.

Em 2013, foi investigado pela Operação Miquéias, da Polícia Federal, que apurava a participação do doleiro Fayed Trabouli em desvios de dinheiro em fundos de pensão. Alcolumbre apareceu na operação por ter supostas ligações com o doleiro. O STF, contudo, anulou as interceptações da PF e o caso não avançou. À época, o presidente do Senado negou qualquer irregularidade.

A eleição de Alcolumbre ao Senado, em 2014, também é alvo de questionamentos na Justiça. O vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques, solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cassação do mandato dele por supostas irregularidades na prestação de contas da sua campanha. Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), ele usou “notas fiscais inservíveis” para justificar gastos de campanha. O julgamento no TSE ainda não ocorreu, mas o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) não acatou o pedido de cassação.

 

A campanha eleitoral de 2018 de Alcolumbre, na qual ele concorreu ao governo do Amapá (e perdeu), também está na mira da Justiça Eleitoral, desta vez sob a acusação de uso da máquina pública. O MPE afirma que os servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá, administrada por Clécio Luís, aliado de Alcolumbre, estavam sendo pressionados, em pleno horário de expediente, a participarem dos atos de campanha do então candidato ao governo.

Alcolumbre também é adepto do “familismo” na política. Seu suplente no Senado é um irmão, Josiel. Quando era deputado federal, propôs um projeto de lei (posteriormente aprovado) para batizar o aeroporto de Macapá com o nome de um de seus tios, Alberto Alcolumbre. Em 2013, ele usou verba de seu gabinete na Câmara para abastecer seus carros no posto de gasolina Salomão Alcolumbre, de propriedade de outro tio.

 

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