O Brasil tinha chances de ser medalha de bronze no ranking mundial de taxas de juros reais – ou seja, o juro após o desconto da inflação projetada –, mas manteve a prata, com a decisão do Copom de não alterar a taxa Selic, nesta quarta-feira (20). A avaliação é do Infomoney.
Caso o Banco Central brasileiro tivesse cortado a taxa de juros em 0,25 ponto porcentual ou 0,50 ponto porcentual, o Brasil teria perdido uma posição, para o México, passando a ostentar o bronze. Independente de qualquer movimento do Copom, porém, a Rússia se manteria como medalha de ouro.
Mesmo que a medalha de prata seja mais valorizada – esportivamente – do que a de bronze, quando se trata das maiores taxas de juros reais do mundo, na economia, estar nos lugares mais altos do podium não é algo a ser comemorado, nem almejado.
Brasil: 2ª maior taxa juros reais do mundo
De acordo com Jason Vieira, economista e diretor da MoneYou, os primeiros colocados, no ranking global, têm uma combinação de alta taxa nominal de juros e projeções elevadas de inflação.
Ele cita o exemplo da Turquia, que tem uma taxa nominal de 50% ao ano, a mais elevada do mundo, mas descontada a inflação, projetada em 12 meses, o juro real fica em 4,65%, de acordo com o levantamento da MoneYou – o que deixa os turcos na quarta posição.
Já o México tem uma taxa de juros nominal de 11% – acima da brasileira, que segue em 10,50% ao ano –, mas com um projeção menor de inflação. Dessa forma, o juro real é menor do que o brasileiro, de 6,79%.
Maiores taxas de juros reais do mundo
1. Rússia = 8,91% |
2. Brasil = 6,79% |
3. México = 6,52% |
4 . Turquia = 4,65% |
5. Indonésia = 4,13% |
6 . Hungria = 3,60% |
7. Coreia do Sul = 3,04% |
8. África do Sul = 2,79% |
9. Hong Kong = 2,66% |
9. Colômbia = 2,66% |
11. Reino Unido = 2,42% |
12. Índia = 2,25% |
13. Estados Unidos = 2,03% |
14 . Canadá = 1,86% |
15. República Checa = 1,82% |
Estrangeiro pula fora do Brasil
Em termos de investimentos, mesmo com os juros reais entre os mais altos do mundo, isso não significa que o Brasil está atrativo aos investidores estrangeiros.
Cabe destacar que, entre os emergente, nessa semana, o real passou a ter a maior desvalorização do ano.