ESPECIALISTA CRITICA TERMOS DO ACORDO PARA RENEGOCIAR DÍVIDA COM A UNIÃO

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“Defendo que não se renegocie com a União, pois a situação – e a proposta – passou de todos os limites toleráveis,” afirmou ontem a esta coluna, o auditor fiscal aposentado João Pedro Casarotto, ao criticar com dureza os termos da proposta de renegociação da dívida da União com o Rio Grande do Sul. “O que está sendo diaponibilizado não é uma saída, é o aprofundamento da anomia do governo gaúcho e da própria União, que já apresenta todos os defeitos do gigantismo,” avalia. Casarotto é um crítico que conhece o tema. Ele tem uma trajetória importante: representante da Febracite (Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais) em diversos debates sobre a dívida dos Estados com a União, é autor de vários estudos utilizados pelo Congresso Nacional e pelo Tribunal de Contas da União na questão do endividamento público. Ele lembra que “os dois empréstimos mais festejados e tidos como a redenção do Rio Grande do Sul foram o contraído com o governo central em 1998 (recebemos R$ 10 bilhões e até dez/2016 pagamos R$ 26 bilhões e ainda devíamos R$57 bilhões) e o com o banco mundial em 2008 e 2010 (recebemos R$1,8 bilhão e até dez/2016 pagamos cerca de R$0,8 bilhão e ainda devíamos R$5,1 bilhões). Em ambos assinamos contratos que permitiram a interferência direta dos credores nas políticas públicas do Rio Grande do Sul, ou seja entregamos as rédeas. Agora, o poder executivo está negociando com a União a postergação do atual e a contratação de novos empréstimos, portanto estamos prestes a vender os olhos recebendo em troca a designação de três técnicos que irão cabrestear o Rio Grande do Sul.”

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