Presidente precisou recorrer aos próprios argentinos para reforçar a quantidade de dólares no sistema financeiro. A informação é do InfoMoney.
Dolarização da economia e fechamento do banco central argentino foram pautas de Javier Milei em sua campanha eleitoral. Passado um ano de mandato à frente da Casa Rosada, o processo de migração da economia argentina para o dólar ainda enfrenta dúvidas.
Já nos primeiros dias de governo, Milei empregou uma desvalorização de 50% do peso argentino que fazia parte de uma estratégia para diminuir a inflação no país. Seguida a desvalorização inicial, uma sequência de defasagens de 2% acontece todo mês.
O governo deu um passo atrás ao perceber que uma abrupta substituição do peso como moeda corrente na economia não seria possível no curto prazo. No lugar, escolheu por uma abordagem batizada de “dolarização endógena”.
A ideia por trás da estratégia de Milei é fazer com que os próprios argentinos aportem suas reservas em moeda estrangeira na economia: uma das medidas tomadas pelo governo foi permitir a regularização de até US$ 100 mil dólares por cidadão, antes não declarados, sem sofrer punições ou impostos adicionais.
Essa foi a alternativa encontrada por um país que possui um estoque de dólares baixo e enfrenta desconfiança internacional, o que dificulta a venda de títulos na moeda americana.
“Eles criaram esse termo que não existe no meio acadêmico, “dolarização endógena”. É mais ou menos assim: ‘olha, não temos dinheiro vindo de fora, que seria exógeno, então nós mesmos, aqui dentro, faremos isso’”, explica a economista e professora da FGV, Carla Beni.