Está muito difícil a relação de hospitais prestadores de serviços aos beneficiários do IPE Saúde, o plano que atende aos servidores estaduais e seus dependentes. O presidente da Assembleia Legislativa do RS, deputado Adolfo Brito (PP) tem promovido uma série de reuniões buscando mediar essa relação, mas após a oitava rodada, percebe-se que o quadro ainda é muito difícil.
Um exemplo: o hospital de alta complexidade São Vicente de Paulo de Passo Fundo pede reajuste de 40% na tabela de diárias do centro cirúrgico, além de evolução no repasse relacionado à taxa de dispensação de medicamentos, de R$ 19 para R$ 350. A previsão é de impacto negativo nas contas de R$ 4,3 milhões em 2024. O diretor-geral do Hospital de Clínicas de Ijuí, Jeferson Machado Pereira, revelou que “pagamos fornecedores em 30 dias, e recebemos do IPE em 90”. Ontem, o presidente do legislativo conseguiu reunir os presidentes do IPE Saúde, Paulo Afonso Oppermann, da Fehosul (Federação dos Hospitais do RS), Cláudio Allgayer, o representante da Federação das Santas Casas, Cassiano Macedo e os dirigentes dos hospitais de Passo Fundo e Ijuí. Os dirigentes elogiam a mediação do presidente do legislativo Adolfo Brito, e reafirmaram ontem que acreditam em uma solução para o impasse.
IPE Saúde teve reforço nas receitas em 2023
Em 2023, o governador Eduardo Leite (PSDB) aprovou na Assembleia Legislativa um projeto de reestruturação do IPE. A proposta aumentou de 3,1% a 3,6% a contribuição dos servidores ao plano, em descontos que podem chegar a 12%, dependendo da idade do segurado. A medida também estabeleceu a cobrança por dependentes. Servidores públicos reclamaram do reajuste, afirmando que seus salários seguem defasados, e os hospitais afirmam que os repasses não cobrem os custos. Em 2023, médicos paralisaram o atendimento a segurados do plano em protesto.