Conheça o presidente da CPI, Omar Aziz: envolvido em desvio de R$ 260 milhões da Saúde,e citado na CPI da Pedofilia.

 

Conheça um pouco mais do personagem Omar Aziz, hoje, ao lado de Renan Calheiros (senador campeão de inquéritos criminais) e Humberto Costa (o rei da máfia dos sanguessugas nas verbas da Saúde) o senador amazonense é um dos ídolos da esquerda e da oposição ao presidente Jair Bolsonaro.

Aziz, governador do Amazonas de 2010 a 2014, senador pelo Estado desde 2015, político experiente, com 21 anos de mandatos consecutivos desde 1990, afirma que atua de forma independente. Ao ser eleito presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar as ações do governo e o uso de verbas federais na pandemia da Covid-19, por 8 votos a 3, indicou Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria da investigação. Durante a carreira política, ele tem chamado a atenção por suas notáveis mudanças ideológicas. Conhecido por trocar de partido inúmeras vezes, foi definido pelo idealizador do Partido Social Democrático (PSD) como sendo “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”.

Em sua gestão como governador do Amazonas, foi alvo de investigação por suspeita de irregularidade e desvios na área de saúde. Durante a operação “Maus Caminhos”, deflagrada em 2016, o objeto central da investigação foi o desvio de R$ 260 milhões de verbas públicas da saúde, com a realização de contratos milionários firmados com o governo amazonense. Na época em que foi governador, um relatório da Polícia Federal, o da “Operação Vertex”, em um desdobramento da “Maus Caminhos”, seu nome foi citado 256 vezes em 257 páginas. Um dos trechos do relatório fala da criação e manutenção de uma organização criminosa, construída em torno do Instituto Novos Caminhos, com participação ativa de Aziz. Cita também o recebimento de propinas por parte do atual senador, no valor de R$ 500 mil, sendo entregue de forma fracionada. Os autos, encaminhados ao Supremo Tribunal Federal para investigação do caso, terminaram em pizza, levando em conta o entendimento da Corte sobre o foro privilegiado, retornando o processo, em 2018, para o Amazonas, ainda sem decisão. Algo para ser levado em conta no palco das barbáries políticas que desenham o futuro de nosso país.
CPI da Exploração Sexual
Aziz também foi citado na CPI de Exploração Sexual pelo Congresso em 2004, sob suspeita de ter feito programa com uma adolescente de 15 anos, em 2003 quando era vice-governador do Amazonas. A denúncia contra o senador originou-se num inquérito da Polícia Civil sobre a atuação de duas cafetinas, em Manaus, que, em depoimento à polícia, relataram que uma de suas funcionárias tivera um encontro com um homem chamado “Omar”. Em depoimento direto, a garota confirmou o encontro e o caso tornou-se um escândalo político na época; no entanto, não foi longe na esfera judicial. Em 2005, o Ministério Público descartou a participação do então vice-governador sem sequer interrogá-lo, e, então, prosseguiu-se a investigação com foco em outros com envolvidos.

 

A Ex-senadora Patricia Sabóia, sobre o relatório da CPI da Exploração Infantil:

Patrícia Saboya – O caso mais forte foi o do Amazonas. Houve uma intensa mobilização da bancada do Estado e de alguns parlamentares para proteger o vice-governador Omar Aziz, que era suspeito de envolvimento em exploração sexual de menores. Ele acabou absolvido por um voto e foi o único caso de pessoa suspeita a não ser indiciada pela CPI, apesar de ter seu nome incluído no relatório final (…) o resultado era sete a sete – foi do presidente em exercício, senador Ney Suassuna (voto de minerva) (…) o caso do vice-governador do Amazonas teve ampla repercussão e sua inclusão no relatório obedeceu ao mesmo padrão de seriedade adotado em toda a CPI. Foi o momento mais difícil da CPI para mim.

Será que o senador Omar Aziz gostaria de esclarecer estes fatos e, ainda, como foi o único, entre mais de 200 nomes envolvidos, a se livrar de acusações tão graves? Com a palavra o presidente da CPI da COVID.

Leave a Reply