Segundo análise da XP, desde que a Natura (NTCO3) divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2022 (2T22) , com prejuízo líquido aos controladores de R$ 766,7 milhões, explicado por maiores despesas financeiras e impostos, o mercado não recebeu bem os números gerais do resultado trimestral da companhia e os papéis despencaram.
De acordo com a XP Investimentos, os números da empresa foram fracos frente à deterioração macro, apreciação cambial, conflito entre Ucrânia x Rússia e pressão de custos.
“Dessa forma, o Ebitda ajustado veio praticamente em linha com nosso número, mas abaixo do consenso de mercado”, diz o relatório da XP.
O número de vendas consolidadas da Natura caiu 9% na comparação de base anual, devido à continuidade de um cenário macro mais fraco, principalmente em relação a Brasil e Europa. Contribuíram para a baixa os desdobramentos econômicos do conflito leste europeu e efeitos negativos de câmbio.
Um dos principais destaques negativos do balanço da Natura, a rentabilidade sofreu no 2T22, com a margem Ebitda ajustada em 6,3%, uma queda de 2,3 pontos percentuais nos últimos 12 meses.
De acordo com os analistas, a margem foi puxada pela The Body Shop em 3,4% (-9,7 p.p.) e a Natura&Co LatAm em 9,0% (-1,1 p.p.). O relatório aponta os seguintes movimentos para o recuo, chamados “principais ofensores”:
Maiores custos de matéria prima e fretes;
Efeitos negativos de câmbio; e
Desalavancagem operacional frente à queda de receita, principalmente em Avon e TBS; o que foi parcialmente compensado por ganhos de eficiência e sinergias.
Do lado operacional, a XP destaca:
Continuidade da recuperação da produtividade da consultora Natura no Brasil (+17,5% no ano a ano);
Avon continua a apresentar evolução sequencial nas geografias onde o novo modelo comercial foi implementado, mesmo com a performance de Moda&Casa ainda pressionando os resultados;
A Natura deve lançar um projeto piloto da Natura&Co Pay na Avon Brasil no 2º Semestre;
O conflito entre Rússia e Ucrânia segue como um desafio para performance de Avon Internacional e TBS.
Por fim, os analistas acreditam, conforme dito pela companhia, que é possível esperar mais mudanças no curto prazo, com economias potenciais de até 40% na estrutura corporativa, “enquanto sentimos mais cautela em relação à dinâmica de margem ao 2º semestre, mas mantendo uma visão construtiva para crescimento.”